“Para que as mãos possam realizar os mais variados gestos,
os músculos precisam sustentar esses movimentos. A força interna gerada pelos
músculos da mão ajuda a construir um polo de tensão, que transmite a força
muscular do braço até o tronco e garante a estabilidade dos movimentos. Para
isso, é necessário posicionar corretamente o ombro.
O ombro constitui-se de três ossos – clavícula, escápula e
cabeça do úmero (osso do braço) – e das articulações que eles estabelecem entre
si e com o tórax. Os ombros direito e esquerdo formam a cintura escapular, que
se relaciona com o tórax, apoiando-se sobre as costelas como um colar colocado
sobre a parte bojuda de uma garrafa.
Apoiada sobre um tórax volumoso e estável, a cintura escapular
pode deslizar. Nessa situação, os braços podem se movimentar no espaço ou se
estabilizar, para que as mãos façam movimentos mais precisos. Já a falta desse
apoio compromete o uso adequado dos braços e leva alguns músculos fortes, como
o trapézio, o elevador da escápula e o deltoide, a elevarem toda a cintura
escapular. Como consequência, há uma redução da mobilidade dos ombros.
Portanto, o tratamento das lesões e disfunções dos ombros,
braços e mãos, devem ser consideradas duas vias de passagem de tensão (ou de
transmissão de forças). Isso significa que a recuperação efetiva de uma
tendinite ou de uma bursite no ombro sempre inclui a reeducação do uso da mão.
A organização dos braços como unidade de tensão permite que
as mãos sejam usadas no suporte e na propulsão em atividades como arrastar e
escalar. Dessas atividades, resulta uma força que impulsiona o corpo e ajuda a
sustentar o tronco e a cabeça."
Fonte: Cérebro Vivo de Ivaldo Bertazzo - Edições SESCSP, Editora Manole e Escola do
Movimento.
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