A Síndrome do Impacto Subacromial (SIS) pode ser definida como uma patologia inflamatória e degenerativa caracterizada por ação mecânica ou compressão dos tecidos moles subacromiais. Essa ação mecânica divide-se em impacto primário e secundário.
O impacto primário refere-se ao processo degenerativo intrínseco das estruturas que ocupam o espaço subacromial e ocorre quando a parte superior do manguito é comprimida e danificada pelo osso e tecidos moles circundantes devido à redução do espaço subacromial. É mais prevalente a partir dos 40 anos de idade.
Já o impacto secundário resulta da instabilidade da glenoumeral e/ou sobrecarga do manguito rotador, resultando em um controle inadequado da cabeça do úmero durante atividades acima da cabeça. Nesse caso, pessoas mais jovens são acometidas.
A etiologia da SIS é diversa e está relaciona aos seguintes fatores:
• Formato do Acrômio: se côncavo, convexo, plano ou ganchoso;
• Vascularização: diferentes posições do braço, especialmente a adução, podem afetar o suprimento de sangue para o manguito;
• Estabilização Dinâmica: quando os estabilizadores dinâmicos estão fracos ou lesados, ocorre um aumento da translação e gerando desgaste;
• Integridade Articular: presença de desgastes ou osteófitos levam à SIS;
• Idade: mais comum a partir dos 30 anos;
• Posição do Braço em Atividades: atividade com posição do braço entre 60º e 90º de abdução;
• Rigidez Capsular: pelo desuso ou medo da dor;
• Desequilíbrio Postural: presença de discinesia escapular;
• Atividades Repetitivas: relacionadas à atividade laboral/esportiva;
• Assimetria Estrutural: fraqueza nos rotadores de escápula.
A SIS é dividida em três estágios clínicos segundo Neer:
- FASE I DE NEER
Dor aguda, hemorragia e edema;
Idade < 25 anos.
- FASE II DE NEER
Processo inflamatório do tendão;
Fibrose da bursa subacromial;
Idade entre 25 e 40 anos.
- FASE III DE NEER
Esporões ósseos e ruptura do tendão;
Incapacidade progressiva;
Lesão completa do manguito rotador;
Idade > 40 anos.
O tratamento da SIS pode ser conservador, especialmente para a Fase I, enquanto nas fases II e III podem ser necessárias uma descompressão artroscópica, ressecção clavicular ou acromioplastia aberta. A fisioterapia busca a analgesia e diminuição do quadro inflamatório na Fase I, como também pode auxiliar na cicatrização pós-cirúrgica.
CAPSULITE ADEVISA DO OMBRO
A Capsulite Adesiva é também conhecida como ombro congelado. Esta patologia está relacionada a aderências densas e restrições da cápsula articular do ombro, especialmente na área anteroinferior da cápsula. Sua etiologia pode ser idiopática, geralmente aparecendo entre a quarta e sexta décadas de vida. Já a causa mais comum é secundária a traumas, imobilizações ou doenças inflamatórias como a artrite reumatoide.
Seu quadro clínico é caracterizado por três fases distintas:
- FASE I – “Hiperálgica”
Dor intensa de 2 a 3 semanas
Limitação de movimentos
“Fase Quente”
- FASE II – “Congelamento”
Dor apenas nos movimentos
Adesões capsulares mais intensas
Atividade maior de escápula
Hipotrofia generalizada
Pode durar até 1 ano
“Fase Fria”
- FASE III – “Descongelamento”
Restrição de movimento
Pele cianótica
Rigidez articular
“Fase Fria”
Os tratamentos disponíveis englobam o conservador, com medicamentos anti-inflamatórios e fisioterapia, como também casos cirúrgicos com sinovectomia intra-articular glenoumeral ou release capsular circunferencial.
FRATURAS DISTAIS DE PUNHO
A fratura do rádio distal é a lesão do punho mais comum em todas as faixas etárias. O paciente mais velho tende a ter uma fratura metafisária extra-articular, enquanto o mais jovem tem uma fratura intra-articular mais complicada. Dentre os diferentes tipos de fraturas distais do rádio, destacam-se:
• Fratura de Colles: é definida como uma fratura completa do rádio distal com luxação dorsal do fragmento distal. O mecanismo típico de lesão é cair com a mão estendida.
• Fratura de Smith: fratura de Colles invertida, é uma fratura distal completa do rádio com deslocamento palmar do fragmento distal. O mecanismo geral para esse tipo de fratura é uma queda sobre a parte de trás da mão fixa.
• Fratura de Barton: Esta lesão é uma fratura intra-articular dorsal ou volar do rádio distal que resulta em subluxação do punho. Os mecanismos para este tipo de fratura geralmente incluem lesão direta ou violenta no punho, ou pronação repentina com o punho apoiado.
Os tratamentos se diferem para cada tipo de fratura. Na fratura de Colles o tratamento requer redução da fratura e a manutenção do comprimento normal do rádio. Na maioria dos casos, a redução fechada e uma tala são efetivas. Em outros, a redução aberta e a fixação externa são necessárias. A perda de rotação total do antebraço é uma sequela comum dessa fratura.
O tratamento da fratura de Smith consiste em redução fechada e imobilização em gesso longo em supinação por três semanas, seguido por 2-3 semanas em gesso curto. Para os tipos II e III pode ser necessária redução aberta com fixação interna. Já na fratura de Barton a redução envolve a tração do punho e posterior colocação em supinação, extensão e desvio ulnar, fechando assim a diástase ao seu nível anatômico correto, reduzindo o osso escafoide.
Atividade Extra
Uma das opções cirúrgicas para tratar a SIS é a acromioplastia via artroscopia. Para entender um pouco mais sobre esse procedimento, assista ao vídeo abaixo:
Link: https://youtu.be/Lw_wCAtK_jM
*Caso você tenha dificuldade em compreender a língua inglesa, basta clicar na engrenagem > legendas > traduzir automaticamente > Português.
Referência Bibliográfica
DUTTON, M. Fisioterapia ortopédica: exame, avaliação e intervenção. Artmed Editora, 2009.
FILHO, A. A. F. Capsulite adesiva. Rev Bras Ortop, v. 40, n. 10, p. 565-74, 2005.
METZKER, C. A. B. Tratamento conservador na síndrome do impacto no ombro. Fisioterapia em movimento, v. 23, p. 141-151, 2010.
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